Zanelli Andriani Advogados
Zanelli Andriani • 21 de junho de 2024

Como funciona o usufruto de um imóvel?

Como funciona o usufruto de um imóvel

O usufruto de um imóvel permite que uma pessoa (usufrutuário) use e desfrute de um imóvel pertencente a outra (nudo-proprietário) sem alterar sua essência. O usufrutuário tem direitos de uso e fruição, mas deve manter e conservar o imóvel, enquanto a propriedade continua com o nudo-proprietário.

O usufruto de um imóvel é um direito real que permite a uma pessoa (usufrutuário) utilizar e desfrutar de um bem imóvel de propriedade de outra pessoa (nudo-proprietário), sem alterar sua essência. Esse direito pode ser vitalício ou temporário e deve ser formalizado por meio de um contrato ou testamento, sendo registrado no Cartório de Registro de Imóveis para ter validade legal.


O usufrutuário possui o direito de uso e fruição do imóvel, podendo residir nele, alugá-lo ou até mesmo ceder seu uso a terceiros, desde que respeite as limitações impostas pelo contrato de usufruto e pela legislação. No entanto, o usufrutuário não pode vender ou hipotecar o imóvel, uma vez que a propriedade continua pertencendo ao nudo-proprietário.


As obrigações do usufrutuário incluem a manutenção e conservação do imóvel, pagamento de impostos, taxas e despesas ordinárias relacionadas ao bem. Em caso de danos ou mau uso, o usufrutuário pode ser responsabilizado e obrigado a reparar ou indenizar o nudo-proprietário. Além disso, o usufruto pode ser extinto em situações específicas, como a morte do usufrutuário, término do prazo estabelecido ou por renúncia.


O nudo-proprietário, por sua vez, mantém a propriedade do imóvel, mas não pode usá-lo ou desfrutá-lo enquanto durar o usufruto. Após a extinção do usufruto, o nudo-proprietário recupera a posse plena do bem, podendo utilizá-lo livremente. O usufruto é uma ferramenta jurídica importante para assegurar o uso de um imóvel a uma pessoa enquanto se preserva a propriedade para outra, geralmente em contextos de planejamento sucessório ou acordos familiares.

Como fica o usufruto em caso de morte?

Quando o usufrutuário morre, o usufruto é automaticamente extinto, conforme previsto na legislação brasileira. Esse direito é personalíssimo, ou seja, não pode ser transferido ou herdado, encerrando-se com a morte do usufrutuário. A propriedade plena do imóvel retorna ao nudo-proprietário, que recupera todos os direitos de uso e fruição do bem.


No caso de usufruto vitalício, a morte do usufrutuário é o único evento que pode extinguir esse direito. Já em usufrutos temporários, o término do prazo estabelecido também pode encerrar o usufruto, independentemente da morte do usufrutuário. Em ambos os casos, a extinção do usufruto deve ser formalizada junto ao Cartório de Registro de Imóveis.


É importante que o nudo-proprietário esteja atento à documentação necessária para formalizar a extinção do usufruto. Geralmente, é necessário apresentar a certidão de óbito do usufrutuário e um requerimento formal ao cartório. Esse procedimento garante que a propriedade plena seja devidamente registrada e atualizada.


Além disso, a extinção do usufruto por morte do usufrutuário pode ter implicações fiscais e sucessórias. O nudo-proprietário deve verificar possíveis obrigações tributárias decorrentes da transferência da posse plena do imóvel, assim como considerar eventuais impactos no planejamento sucessório e patrimonial.

Quais as vantagens do usofruto para imóveis? 

O usufruto de imóveis oferece diversas vantagens, principalmente no planejamento sucessório e na proteção patrimonial. Ele permite que o usufrutuário utilize e desfrute do bem, garantindo moradia ou renda através de aluguel, enquanto a propriedade é mantida em nome do nudo-proprietário, geralmente um herdeiro, sem a necessidade de transferência imediata.


Outra vantagem significativa é a possibilidade de evitar conflitos familiares futuros. Ao estabelecer o usufruto, o proprietário original pode assegurar que o imóvel será utilizado conforme seus desejos, ao mesmo tempo em que protege os interesses dos herdeiros. Isso pode ser particularmente útil em situações de segunda união ou em famílias com muitos filhos.


Do ponto de vista fiscal, o usufruto pode resultar em economia de impostos. Em muitos casos, a transmissão da propriedade com reserva de usufruto pode ter implicações fiscais menos onerosas do que uma transferência direta de propriedade. Isso pode incluir a redução de impostos sobre doações e heranças, dependendo da legislação local.


Ademais, o usufruto proporciona segurança jurídica tanto para o usufrutuário quanto para o nudo-proprietário. O usufrutuário tem garantido o direito de uso e fruição do imóvel, enquanto o nudo-proprietário tem a certeza de que o bem será revertido a ele ao término do usufruto, seja por morte do usufrutuário ou por expiração do prazo estabelecido.

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