Zanelli Andriani Advogados
Zanelli Andriani • 15 de março de 2024

Quando o herdeiro tem direito a usucapião?

Quando o herdeiro tem direito a usucapião

O herdeiro tem direito à usucapião quando exerce a posse contínua, pacífica e pública do imóvel hereditário por um período legalmente estipulado, demonstrando intenção de propriedade (animus domini) e sem oposição dos demais herdeiros ou terceiros.

A usucapião é um direito civil que permite a um indivíduo adquirir a propriedade de um bem imóvel ou móvel devido ao uso prolongado e incontestável. Para que um herdeiro tenha direito à usucapião, é crucial que ele exerça a posse do imóvel de forma contínua, pacífica e pública, sem oposição dos demais herdeiros ou terceiros, durante o período estipulado por lei.


No contexto dos herdeiros, a contagem do tempo necessário para a usucapião pode ser somada à posse do autor da herança, caso o herdeiro continue a posse iniciada pelo de cujus (falecido). Esse fenômeno é conhecido como acessão de posse. A legislação brasileira prevê prazos variados para usucapião, que podem ir de cinco a quinze anos, dependendo das circunstâncias, como a natureza do imóvel e a existência de justo título e boa-fé.


Além disso, é essencial que o herdeiro demonstre a intenção de ser o proprietário do imóvel (animus domini), tratando a propriedade como sua, realizando melhorias e mantendo-a. O reconhecimento do direito de usucapião pelo herdeiro ocorre judicialmente ou por meio de procedimento administrativo perante cartório de registro de imóveis, desde que atendidos os requisitos legais.


Vale ressaltar que conflitos entre herdeiros sobre a posse do imóvel podem afetar o processo de usucapião. É importante que o herdeiro interessado em adquirir o imóvel por usucapião procure assessoria jurídica qualificada para analisar a viabilidade do caso, observando as particularidades do direito sucessório e as exigências legais para a configuração da usucapião.

Como solicitar usucapião como herdeiro?

Para solicitar a usucapião como herdeiro, primeiramente, é necessário comprovar a posse ininterrupta e pacífica do imóvel pelo tempo exigido por lei, que varia conforme o tipo de usucapião. O herdeiro deve reunir documentos que demonstrem essa posse, como contas pagas, fotos, testemunhas e qualquer outro meio que comprove o uso exclusivo do bem.


Em seguida, o herdeiro deve buscar um advogado especializado em direito imobiliário ou sucessório para preparar a petição inicial da ação de usucapião. Este documento deve conter a descrição detalhada do imóvel, a fundamentação legal para o pedido, e a evidência da posse, como o tempo de uso e a origem da posse.


O processo de usucapião será analisado no âmbito judicial, onde o juiz avaliará as provas apresentadas e determinará a realização de uma perícia no imóvel. Adicionalmente, é publicado um edital para informar a terceiros sobre o processo em curso, permitindo que eventuais interessados apresentem oposição.


Se atendidos todos os requisitos legais e após o período de contestação, caso não haja oposições válidas, o juiz pode reconhecer o direito de propriedade do herdeiro sobre o imóvel por usucapião. Após essa decisão, o herdeiro pode registrar a sentença no Cartório de Registro de Imóveis para obter a matrícula atualizada do imóvel em seu nome.

Quanto tempo leva o processo de usucapião para herdeiro?

O tempo necessário para concluir um processo de usucapião para herdeiro depende de vários fatores, incluindo a modalidade de usucapião, a complexidade do caso e a agilidade do sistema judiciário. Em termos legais, o período de posse necessário para requerer a usucapião varia entre cinco e quinze anos, dependendo se a posse é de boa-fé, com justo título, ou se ocorre em área urbana ou rural.


Após o início do processo judicial de usucapião, a duração pode variar significativamente. Em média, um processo de usucapião pode levar de dois a cinco anos para ser concluído nos tribunais. Esse tempo é necessário para a realização de todas as etapas processuais, incluindo a análise de documentos, perícia do imóvel, publicações de editais e possíveis contestações.


O tempo do processo também depende da eficiência do cartório judicial onde o caso é processado e da complexidade das questões envolvidas, como disputas entre herdeiros ou a necessidade de notificar terceiros. Em algumas situações, se o caso for mais simples e não houver oposição, o processo pode ser mais rápido.


Além disso, a implementação de processos eletrônicos nos tribunais tem contribuído para a redução do tempo necessário para a conclusão dos processos de usucapião. No entanto, ainda é importante considerar que cada caso é único e pode apresentar variáveis que afetam diretamente o tempo total necessário para a obtenção do direito de propriedade por usucapião.

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