Zanelli Andriani Advogados
Zanelli Andriani • 16 de novembro de 2023

Um herdeiro pode impedir a venda de um imóvel?

Um herdeiro pode impedir a venda de um imovel

Um herdeiro pode contestar a venda se houver discordância entre herdeiros ou se a partilha não estiver definida.

Um herdeiro pode efetivamente impedir a venda de um imóvel em determinadas circunstâncias. Se o imóvel em questão faz parte de uma herança e ainda não foi devidamente partilhado e registrado em nome dos herdeiros, um único herdeiro tem o poder de bloquear a venda ao não consentir com a transação. Isso ocorre porque, no direito sucessório, a propriedade dos bens do falecido é transmitida imediatamente aos herdeiros, e a venda requer a anuência de todos.



Além disso, no caso de heranças, é comum que os bens fiquem indivisíveis por um período, conforme determinado em testamento ou pela legislação local, durante o qual nenhum herdeiro pode dispor da sua parte no bem comum sem o consentimento dos demais. Esse período visa proteger os direitos de todos os herdeiros e assegurar que a partilha seja feita de forma equitativa e conforme a vontade do falecido.


Mesmo após a partilha, se o imóvel foi legado a vários herdeiros, tornando-os coproprietários, qualquer um deles pode se opor à venda caso não haja um acordo entre todas as partes. A legislação de muitos países exige que todos os coproprietários estejam de acordo com a venda ou que seja obtida uma decisão judicial que autorize a venda, mesmo contra a vontade de um ou mais coproprietários.


Em casos onde o herdeiro é minoritário ou incapaz, a venda pode ser ainda mais complexa. A lei protege esses herdeiros exigindo procedimentos legais adicionais para garantir que seus direitos sejam preservados e que a venda não os prejudique. Portanto, a capacidade de um herdeiro de impedir a venda de um imóvel depende de várias condições legais, incluindo a estrutura da propriedade, o estágio do processo de sucessão e a legislação específica do local.

O que acontece quando um dos herdeiros não quer assinar?

Quando um dos herdeiros se recusa a assinar a venda de um imóvel, o processo pode se tornar complexo. A venda de um bem partilhado necessita do consentimento de todos os herdeiros. A recusa de um herdeiro pode resultar em um impasse, impedindo a realização da venda até que se chegue a um acordo ou se obtenha uma resolução judicial.


Nesses casos, os herdeiros concordantes podem buscar uma solução legal, como a ação de sobrepartilha ou ação de extinção de condomínio. Se um acordo amigável não for possível, o caso pode ser levado à justiça, onde um juiz pode determinar a venda do imóvel e a subsequente divisão dos lucros entre os herdeiros.


O caminho judicial geralmente é mais demorado e oneroso, enfatizando a importância de se buscar um acordo extrajudicial. A mediação pode ser uma ferramenta eficaz para resolver o conflito, onde um mediador profissional ajuda os herdeiros a chegarem a um consenso que respeite os interesses de todos os envolvidos.

Quando que o herdeiro pode perder o direito de herança?

Um herdeiro pode perder o direito à herança em situações específicas previstas em lei, como no caso de deserdação, onde o testador exclui um herdeiro da sucessão por motivo de indignidade, devidamente reconhecido e declarado judicialmente. A indignidade pode ocorrer por atos graves contra o testador, como atentado contra sua vida, ofensas físicas graves, calúnia em juízo, ou recusa de apoio em momentos de necessidade.


Outra situação é a renúncia da herança, que deve ser manifestada de forma expressa e formal através de escritura pública ou termo judicial. Essa renúncia é irrevogável e implica a perda total dos direitos sucessórios do herdeiro, que não poderá reivindicar a herança futuramente, sendo seus descendentes chamados à sucessão em seu lugar.


Além disso, crimes de homicídio ou tentativa de homicídio contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, o cônjuge, ascendente ou descendente, também acarretam na perda do direito à herança. Essa exclusão por indignidade deve ser pleiteada por outro interessado na herança ou pelo Ministério Público, e reconhecida por sentença judicial, após o devido processo legal.

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